Nasci em Recife no dia de Todos os Santos e me criei em Salvador, na cidade de Todos os Santos. Sou atriz-pesquisadora, palhaça e escolhi a arte como caminho de vida. Em dezembro de 2007 resolvo sair da Bahia e ir em busca de um grande sonho. Mudo-me para Olinda (PE), volto para minha origem, meu berço e me reconheço finalmente. Em 2011 retorno para Bahia, agora para o Vale do Capão. E me deparo com um lindo caminho... Aqui apresento um pouco de tudo do que vim buscar e do que acredito.





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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Oficina de Cavalo Marinho - Vale do Capão.


Oficina de Cavalo Marinho ministrada para a Companhia Infantil do Circo do Capão (Maio de 2011)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

FIG 2011 - Oficina: Teatro e Dança: uma brincadeira.




Essas são algumas fotos da oficina de teatro que ministrei no 21ᵒ Festival de Inverno de Garanhuns este ano no mês de Julho.

A oficina tem como foco o trabalho do ator apresentando diversas possibilidades e desdobramentos das danças populares, como material técnico e cênico para as artes cênicas. Esta oficina oferecida no FIG teve em especial, além do trabalho com o frevo e o cavalo marinho, que são as bases de minha pesquisa, a experimentação com o forró e o coco. A proposta da utilização dessas outras danças partiu dos próprios alunos e os desdobramentos e explorações foram extremamente ricos.

Muita GRATIDÃO a todos que participaram: Luís, Tati, Lívia, Jéssica, Raquel, Anderson, Edilaine, Alessandra, Diogo, Cosmo, Gilmar, Gisele e Adison. Além da MARAVILHOSA equipe de apoio, que foram fundamentais para a realização da oficina e principalmente para meu bem-estar: Jamison e Clara. Minha gratidão!

Olhar de dentro.

Escrito em 27/01/2009

O MERGULHÃO:

No momento que iniciou o mergulhão duas rodas se formaram. Uma dos adultos, a maioria brincantes do Cavalo Marinho Estrela Brilhante e outra das crianças, a maioria eram galantes do “Cavalo Marinho PETI”. Comecei na roda das crianças. É muito interessante perceber a diferença de energia criada numa roda de mergulhão de crianças e de adultos. Na roda das crianças a energia é de brincadeira, de leveza, suavidade, dança, sorriso, sutileza. Depois fui para a roda dos adultos... Energia mais concentrada, exigindo mais atenção, concentração, prontidão, tônus, agilidade, uma energia forte! Fiquei com muita vontade de aprofundar mais a pesquisa nesse sentido, observando e experimentando essas diferenças.



A BRINCADEIRA:

Hoje foi minha estréia como Galante! Nissinha chamou Tainá para participar da brincadeira e depois perguntou se eu queria brincar, aceitei na mesma hora. Estava muito nervosa, já tinha conhecimento dos troupés, da dança com os arcos, mas não estava segura dos momentos onde o galante se dirige ao banco, dá textos (quadrinhas). Pedi para que os outros galantes e para que Tainá me ajudassem e fui. Muito nervosa no início. Estar dentro é emocionante, exige atenção, concentração, prontidão, condicionamento físico e acima de tudo presença. Um dos principais elementos que permeia a pesquisa. Tentei brincar ao máximo apesar da preocupação em não errar e não atrasar a dinâmica da brincadeira. A quadrinha que recitei no momento de “Seu Mané do Baile” foi?

“Sou pequeninha
Do tamanho de um botão
Carrego papai no bolso
E mamãe no coração.”

No cavalo marinho Estrela Brilhante tem o momento da “guerra de espadas”, que foi resgatado e poucos cavalos marinhos utilizam. Já havia assistido esse momento, executado por eles mesmos, no Projeto Conexão Cavalo Marinho e acredito que no Cavalo Marinho de Mestre Salú na casa da Rabeca, então consegui fazer uma boa execução. Me diverti muito, somente no início fiquei apreensiva, depois fiquei tranqüila e brinquei de verdade. Os galantes ficam quase toda a brincadeira, entrando e saindo em determinados momentos. No final toquei a Bajé no banco, no momento do boi, me senti pela primeira vez dentro, fazendo parte! As relações vão se dando aos poucos, as pessoas vão se conhecendo, se reconhecendo, fiquei muito feliz por isso, pela relação com os outros, com os brincantes tanto quanto participar da brincadeira. São pessoas humildes e de grande coração. A festa foi em frente à casa de Mestre Antônio Teles e de Nissinha (filha dele, a aniversariante), todos estavam convidados a entrar na casa, comer churrasco, bolo, dançar, brincar. Sinto que o cavalo Marinho Estrela Brilhante é mais aberto, receptivo e familiar. Pedi para Aguinaldo para sair de galante no Cavalo Marinho Estrela de Ouro no domingo seguinte, ele me olhou, fez uma pausa e disse que iria pensar. São mais reservados e já têm as pessoas certas para brincar. Mas quero experimentar mais e mais. Estou mais próxima de todos e isso me deixa feliz.

Para os Guerreiros do Passo.

Escrito em 09/06/2009

Depois de muita procura, encontramos os Guerreiros do Passo. Era o que procurávamos e o que atualmente no universo do frevo, especificamente da dança, vem se tornando cada vez mais raro: “o frevo de raiz, o frevo de antigamente, dos seus primórdios” como eles mesmos costumam falar e tanto defender. Os Guerreiros são verdadeiros discípulos de Nascimento do Passo e do seu método, sendo o único grupo de Pernambuco a dar continuidade à sua metodologia, pensamento e corporeidade. O método, o modo de se dançar o passo, a experiência, a qualidade e consciência corporal foram os fatores que determinaram a escolha desse grupo para a pesquisa. Na Praça do Hipódromo, em suas aulas gratuitas aos sábados, bem próximo ao carnaval, com toda a energia vibrante que toma toda cidade nessa época, foi que aconteceu o primeiro encontro e a imediata percepção de que o frevo ali ensinado era totalmente diferente do frevo anteriormente pesquisado e freqüentemente visto nos carnavais e grupos pernambucanos. Um frevo rasgado, vibrante, enérgico, quebrado, viril, forte e ao mesmo tempo de uma incrível sutileza nos movimentos é o que nos encanta, seduz, envolve e alegra. Brincam de guarda-chuvas e paletós, brincam pelas ruas do Bairro São José (como nos antigos carnavais) e têm uma imensa generosidade de passar seus conhecimentos principalmente pela alegria em dar continuidade a esse modo hoje tão peculiar e rico de se dançar o passo. Nos Guerreiros a pesquisa se encontrou e pôde aprofundar e estreitar de forma consciente (na teoria e na prática) os princípios existentes no frevo e na busca do nosso trabalho.